A PARTEIRA E O HOMENZINHO DOS DENTES FLUORESCENTES.

27-07-2008: Esta semana estou recebendo uma coleção de histórias verídicas de uma pessoa que admiro muito (Meu Pai). História que ele costumava me contar sempre que acontecia falta de energia. Meu Pai tinha esta mania. Acabava a força e lá vinha ele contando seus “causos”. Entre esses causos havia vários personagens assustadores como: “Lobisomen, Saci-Pereres, Assombrações e outros tantos, que só de começar a me recordar fico todo arrepiado”.
Hoje começaremos com uma história que sempre me assustava quando criança e até hoje sempre que vou na casa do meu Pai e acaba a força, ele conta com mais detalhes e os arrepios voltam a percorrer minha espinha.

A PARTEIRA E O HOMENZINHO DOS DENTES FLUORESCENTES.

Quando meus pais se mudaram do interior para a capital de São Paulo, fomos morar em um bairro que estava ainda começando. Havia no máximo, umas cinco casas. Eu tinha na época apenas 8 anos de idade.
O lugar era cheio de eucaliptos, bambuzais, córregos onde as mulheres lavavam suas roupas. Ruas ainda não existiam, eram caminhos estreitos e de barro.
Passados alguns meses nós fomos conhecendo a vizinhança e próximo a minha casa morava uma senhora que era parteira e enfermeira. Tinha um filho único, que se tornou um grande companheiro de brincadeiras.
Como ela era a única parteira da região, as mulheres que estavam prestes a dar luz, sempre recorriam a ela. Sempre estava fazendo algum parto.
Várias vezes, os partos eram à noite. Ela sempre ia sem reclamações. O marido dela nunca a acompanhava, então, eu e seu filho íamos juntos para que ela não viesse de volta sozinha porque o lugar era cheio de mato e era muito escuro pois, não havia iluminação.
Aconteceu que um dia ela foi chamada urgentemente para realizar um parto e eram mais ou menos umas 20:00hs da noite. Ela pediu a minha mãe para que eu pudesse acompanha-la junto com seu filho ao local. Minha mãe consentiu e lá fomos os três.
Para chegar a casa da pessoa que iria dar a luz, tínhamos que passar por uma trilha que ia longe, com matos altos, que cobriam a lua por onde passávamos. Sem a luz da lua para clarear o caminho, tínhamos que tomar muito cuidado pois, na beira do caminho havia um barranco que ladeava toda a trilha, e que era muito profundo. Uma queda seria um grande problema.
A mulher com uma sacola a tira-color, segurando a minha mão e a mão do seu filho, andava rápido e dizia:
- Qualquer coisa segure bem forte a minha mão e corra.
Esta frase, realmente não me agradou.
Foi uma angústia até chegarmos a casa, pois era longe e a frase não saia da minha cabeça (Qualquer coisa corra).
Quando finalmente chegamos, ela já nos colocou com os filhos da dona da casa, que estavam brincando no quintal. Isso já apontava umas 21:00 horas.
Com um quintal grande, ficamos brincando e nem percebemos o passar das horas e dentro da casa uma mulher gritando.
Quando o relógio apontou 23:00hs ouvimos um choro de criança. Finalmente a criança havia nascido.
Tomamos um lanche rápido nos comprimentamos os dos donos da casa e saímos rápido pois, a hora era tardia.
- Vamos meninos, vamos logo!
Saímos na maior pressa.
Quando entramos no caminho de volta, de repente senti a minha mão sendo apertada. Olhei para a parteira e ela olhou bem fundo nos meus olhos e disse:
- Segurem bem forte em minha mão, não solte em hipnotize alguma e COOOORRRRAAAAA!
Corríamos feito loucos. Ela correndo olhou para o barranco e eu percebi o desespero dela, então ela gritava.
- Não larguem minha mão e não olhe para o barranco. Não olhe para trás.
Antes não tivesse falado isso. Sabe como é criança, fala para não fazer, ai que ela faz.
Simplesmente a curiosidade foi maior e quando estávamos passando bem do lado do barranco, eu olhei.
Neste momento o chão parecia ter sumido dos meus pés. Não corríamos mais, voávamos.
Eu vi um ser baixinho, sem roupa, cabelo comprido todo enrolado e sorrindo com uns dentes tão brancos que brilhavam como uma lâmpada fluorescente.
- Não olhe para traz. Não olhe para traz.
Então corríamos tão rápido que já estávamos chegando no fim da trilha.
Pensei em arriscar a olhar para trás e não deu outra. Olhei.
Aquele ser tinha se transformado em um homem tão alto, branco, feio, que dava para vê-lo por cima das árvores de eucalipto, olhando para gente e rindo.
Foi um sufoco aqueles minutos, mas conseguimos chegar em casa.
Nesta noite não consegui dormir, pois sentia o ser estranho olhando para minha casa.
Nunca mais acompanhei a Parteira e ela nunca me disse o que era aquilo.
Pra mim era assombração, pois nunca havia visto algo parecido.

História Verídica de: Miltinho
Todos direitos reveservados

3 comentários:

  1. E aguardem que vem mais histórias por ai!!!

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  2. Cara, q medoooooooooooooooo!
    Pq será q eles sentem prazer em fazer isso, contar essas histórias justamente quando acaba a luz?
    Já passei muito por isso, minha família tem histórias horrorosas, o povo insensível. Hehe!
    Bj!

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  3. Obrigado pelo seu comentário Anônimo. Hehehe
    Da próxima vez deixa o nome.

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